sábado, junho 13, 2009

Relatório de Capacitação


Porto velho de 30/03/2009 a 03/04 2009-08-09


1ª Semana

          O encontro de formadores do Gestar II do estado de Rondônia, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática para o ensino fundamental de 6º ao 9º ano, sediado na capital do estado, Porto Velho, aconteceu de 30/03/2009 a 03/04/2009. O cerimonial de abertura contou com a presença de autoridades e representantes do Ministério do Educação, MEC, e da Secretaria Estadual de Educação, que na oportunidade, além das apresentações de praxe, suas considerações sobre o êxito esperado do programa, a necessidade de mudança no processo de ensino aprendizagem e votos de boa estadia e aproveitamento do curso, foi-nos apresentados os professores que ministrariam o curso e uma breve explanação sobre o mesmo e dirigimo-nos para as salas de aula já com os kits do material que usaríamos.

          A nossa turma teve o privilégio de receber a professora Ormezinda Maria Ribeiro – Aya - para repassar a proposta do Gestar II, que em suas palavras iniciais enfatizou que o curso preza a autonomia do professor que deve adequá-lo às suas necessidades na prática da sala de aula. Reforçou a idéia de que hoje se pensa em uma escola com perguntas e quanto mais dúvidas melhor, pois essa é a mola mestra que impulsiona o professor na busca de soluções.

          Sobre a formação do Gestar II, informou que é de competência da UNB com duração de 1 ano sendo: 96 horas presenciais divididos em 3 encontros e 204 horas não presenciais, presença mínima exigida 75% e entrega do portifólio.

          Instruídos para a realização dos nossos trabalhos, como cursistas e formadores, entregou-nos uma apostila preparada para a ocasião e pediu a leitura do texto 08 para produção de um texto, sugerindo para cada grupo formado um gênero textual. As alternativas e possibilidades de escritas permeavam entre os contextos; a venda ou a compra da casa, o tombamento, o roubo e/ou invasão. Dentro de cada proposta, os grupos produziram os textos que foram socializados. A atividade demonstrou que várias outras podem ser realizadas e que vários gêneros textual são criados dentro de uma só proposta.(Grupo: Luisa, Cláudia, Joelygia, Ana Raquel) (Não fiquei com uma cópia do texto. Espero que alquém do grupo poste-o)

          Apresentou à sala o texto Tango para que a construção de outros textos, mas antes foi analisado detalhadamente observando os aspectos semióticos, enredo passional, literário, gênero poético. Poesia moderna, verbos no gerúndio, personagens da trama:- moça decente, trabalhadora, recatada; - o moço (Zé) vaidoso e violento, caráter duvidoso; - o outro (Toninho) carinhoso, honesto e trabalhador. Triângulo amoroso que acaba em assassinato e prisão. Cada grupo deveria construir um texto semelhante, mas com ritmo diferente. Nosso grupo escolheu o ritmo “For all”  (Ver portifólio da Valéria).
(Grupo: Marise, Joelygia, Cláudia, Luisa, Valéria e Ana Raquel)

          Continuando os estudos dos cadernos, recebemos um novo texto poético: “A pesca” de Afonso Romano de Sant’Anna, cada grupo foi encarregado de produzir outro texto.Escolhemos o tipo narrativo em prosa para recontar a história que ficou assim:

A Pesca


Affonso Romano de Sant’Anna

          Sem nada a fazer, a procura de aproveitar o céu anil. Nicanor pegou e saiu à busca de silêncio e...peixes. Contando com o tempo a favor, mergulhar a agulha em uma perfeita vertical numa linha reta naquela água espumante do riacho.


          O tempo, seu coadjuvante na pescaria e o peixe ali escondido no silêncio da água foi rompido pela garganta ancorada no anzol, num perfeito arranco da puxada que Nicanor atinou rapidamente.


          Naquele momento em que o anzol abriu a chaga no peixe, rompeu-se o silêncio natural do ambiente.


          Estabanados, pescador e pescado na areia sentaram-se ao sol sem saber, agora, o que fazer. Comer ou arremeter?
(Grupo: Ana Raquel, Cláudia, Luíza, Míriam, Valéria)
           Na apresentação do grupo, foram analisados e discutidos as possibilidades de herogericidade (epígrafe – epílogo), heterogeneidade (bula), intertextualidade e outras que de certa forma determina o gênero textual; a exemplo do suporte .

          A professora especificou que a diferença entre monografias, dissertação e teses está na intensidade do conteúdo de cada uma, bem como, os mecanismos lingüísticos que são marcas, muitas vezes, construídas historicamente nas práticas sociais com características diversas.

          No domínio discursivo está o contexto e situações (cenário) para as práticas socioculturais, nas quais podemos identificar os gêneros textuais próprios ou específicos como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relação de poder (Marcuschi, 2008). Exemplificando tem-se a internet; o correio eletrônico – gênero e-mail que com anexo, torna-se o suporte.

          A professora falou sobre o sistema adotado para a avaliação e certificação dos participantes. O formador deverá apresentar até o final do curso um potfólio constando biografia do formador, memorial de leitura, relatório da semana presencial incluindo as atividades desenvolvidas, planejamento das oficinas realizadas com os cursistas com relatório e atividades significativas do avançando na prática aplicados aos alunos em sala de aula, circuito de leitura (comentários, sugestão de leitura, resenha de um dos textos indicados pela bibriografia) e auto-avaliação.

           Já no terceiro dia assistimos o filme Narradores de Javé, que proporcionou reflexões sobre o papel do escriba; relação entre oralidade e escrita, praticas de letramento daquela comunidade, relação entre alfabetizado e letrado no contexto do filme; e, quando fazemos o papel de escriba em sala de aula e a importância deste na construção da leitura e da escrita.

           A discussão levou a formulação de um planejamento, e é claro, tendo o filme como pretexto e contemplando os tópicos: Tema, Objetivo, série, carga horária, metodologia, recursos e fechamento.
TRABALHO EM GRUPO

PLANO DE AULA

Filme “Narradores de Javé”


1. Tema da aula:

Intextextualidade / Competência Linguística.



2. Objetivo:

Reconhecimento da oralidade;

Transpor a oralidade para a escrita em forma de narrativa.



3. Série:

9 ano



4. Carga Horária:

4 aulas



5.Metodologia:

-Assistir o filme;

- Questionamento a respeito do que os alunos acham do filme “Narradores de Javé” a partir do tema;

- Proporcionar aos alunos a audição de uma história da cultura local;

- Apresentação do filme;

- Pedir uma produção escrita do relato oral;

- Releitura do filme – O que chamou atenção/ anotações;

- Selecionar algumas questões contidas no roteiro para que os alunos redijam;



6. Recursos:

Filme “Narradores de Javé”



7. Fechamento/Produção

Retirar as questões e mostrar que as respostas estruturam um texto completo;

Desempenhar a função do personagem Antônio Rio para registro das histórias locais.

(Grupo: Cláudia Joelygia Luíza Valéria Miriam)
           Na socialização dos planejamentos, retomou as questões de alfabetização, letramento, analfabetismo que refletem a ação de ensinar/aprender, ler e escrever em estado ou condição de analfabetismo. Letramento – resultado da ação do uso do uso prática sociocomunicativa; estado ou condição de quem não sabe ler e escrever , mas cultiva e exerce as práticas sociais que exerce as práticas sociais que usam a escrita. O nível de letramento vai além do código.

           Na dimensão textual a unidade semântica e elementos coesivos promovem sua progressividade e nos permitem perceber o encadeamento das idéias e a temática do texto. Funções específicas de cada texto: propaganda (convencer), texto didático (ensinar), romance (contar uma história), piada (fazer rir), artigo de opinião (defender um ponto de vista), etc.. As informações infratextual ou de reconhecimento da situação são inferências que construímos no decorrer da leitura; a exemplo de: Ele Comprou uma BMW. Leva a pensar que é uma pessoa que tem dinheiro ou é rico.
ATIVIDADE EM GRUPO – PRODUÇÃO DE TEXTO

Texto 10 – TP5 Unidade 17

Texto de Paulo Mendes Campos

OS DIFERENTES ESTILOS
         Companheiros, companheiras!

          Isso é um absurdo! Não podemos aceitar que uma coisa assim possa acontecer. Um trabalhador brasileiro, vítima da luta, foi encontrado morto nesta madrugada. Esse homem não era loiro, nem tinha olhos azuis, mas tinha família.

          Isso não pode ficar assim!

          A luta continua, companheiros!
 (Grupo: Cláudia, Luíza, Valéria, Ana Raquel)

          No quarto dia trabalhamos com um texto intitulado “Minhas férias”. O assunto gerou muita discussão e depoimentos sobre o que ele provoca nas salas de aulas. O despreparo que leva muitos docentes a repetir sempre o mesmo pedido: A produção de Texto falando sobre as férias. Tema praticamente desconhecido para muitos, pois a maioria, só não vai à escola, no mais a rotina continua a mesma. Não tem nenhuma novidade para escrever. E, para sentir na pele o que é falar sobre algo desconhecido, listou as palavras: muxuango, hermeneuta, vituperado, defenestação, perfunctório, falácia, ignóbil, sibilino, uxoricídio, apoplexia.

          A orientação era produzir um texto sem consultar o dicionário, caso não conhecesse o significado das palavras. Deduzindo o sentido de cada uma produzimos:

           Ignóbil viu-se muxuango diante daquela defenestação. A falácia da qual havia sido vítima não lhe permitia nem mesmo ser o hermeneuta que sempre pensou ser. Vituperado saiu em busca do autor daquele perfunctório. Restava a ele pouco tempo, pois a apoplexia a cada dia tornava-se mais constante e, na caixa de sibilino restava apenas um comprimido. Se não se apressasse, recorrer ao uxoricídio seria sua única opção.

(grupo: Luisa, Valéria, Luciane, Claudemir, Cláudia, Ana Raquel)

          O dia ainda não terminou. A professora sorteou uns papéis com nomes de pessoas conhecidas (artistas) e pediu que em duplas escrevessem algo ao estilo daquela pessoa. A nossa foi Luciano Huk e elaboramos o texto:

          Passando pela lagoa Rodrigo de Freitas avistei um homem com meu rolex no braço. Não tive dúvidas, corri lá e peguei meu relógio de volta e me mandei. Loucura, loucura, loucura! Booooa Taaarde Caaaldeirão. (: Joelygia e Ana Raquel)


Atividade realizada a partir do poema
“Traduzir-se”
Ferreira Gullart


          Era uma Atividade individual. Cada um teria que traduzir através da linguagem verbal e não-verbal algo o caracterizasse. Nesse momento, estava febril e com dores, mas não tinha a mínima vontade de deixar a sala de aula, pois tudo ali era produtivo e não queria perder nem um minuto. Parodiando, mais ou menos, Ferreira Gullar; escrevi:


Uma parte de mim



Pesa, pondera:



Outra parte



Delira.







Traduzir uma parte



Na outra parte



- que é questão



de vida ou morte-



Sem arte.





           E na linguagem não-verbal desenhei um coração dividido, que desejava ficar presente e ao mesmo tempo ausentar-se.






          Quinto dia, exploração da linguagem não-verbal. Para isso foi-nos apresentado vários textos a exemplo de “O mundo como uma bomba” gêneros publicitários, misturando a linguagem verbal e não-verbal e muitos outros.

          Realizamos a avaliação do curso e creio que o resultado foi muito bom pois, foram dias em que aprendemos muito e reformulamos conceitos.


Ji-Paraná 10-08-2009/14-08-200
2ª Semana

          Cidade de Ji-Paraná, estado de Rondônia. 10 de agosto de 2009. Cerimonial. Boas vindas.            Presença de Profissionais da Educação. 2º encontro de capacitação do Gestar II de Língua Portuguesa. Reencontro. Contentamento. Expectativas. Começo com o filme “O sabor e o Saber”. Reflexões sobre o ensinar e o aprender, o aprender a aprender. Que caminho tomar para não tornar-se obsoleto? Corre-se esse risco? Há quem aposta que sim. Existem alternativas. Para isso o evento. Buscar novos, novos caminhos.

          A professora Aya cumprimentou a todos e falou sobre a programação da semana. Informou sobre os critérios para a certificação e para o recebimento da bolsa. Está vinculada à competência administrativa e àquele ao pedagógico. Algumas fichas foram preenchidas com informações necessárias aos processos administrativos e pedagógicos. Parabenizou pelo sucesso dos blogs, acrescentando que têm ajudado na divulgação do Gestar.

          Continuando os formadores fizeram os relatos dos trabalhos realizados até o momento: sucesso, aceitação, dificuldades, estratégias para envolver os cursistas, etc. Alguns mais, outros menos, mas os relatos eram de senso comum. Em tudo o que se falou e ouviu, há a empolgação e a esperança de estar no caminho certo.

          Os trabalhos privilegiaram a socialização de textos, os mais variados gêneros textuais, demonstrando a necessidade, do aluno em conhecê-los, para ter a noção do que produz em qualquer dimensão textual. Foi do provérbio ao argumentativo e sucessivamente... À medida que os gêneros foram apresentados, os grupos recebiam uma atividade para realizar e socializar com a turma. ( do provérbio ao argumentativo- anexo).

          Realizamos atividades referentes aos cadernos de teoria e prática, socializamos opinamos e sugerimos sobre os assuntos relacionados a eles. Vimos a formalidade e a informalidade dos gêneros. Padrões existem, mas não modelos. Fatores fora do texto também devem ser observados como: hierarquia, ideologia, contexto, etc. O cuidado na escolha das palavras. Como dirigir-se ao superior e ao subordinado. Realizamos reescrita de texto seguindo alguns critérios. Ampliamos frases, coletivamente, acrescentando classes gramaticais, atentando para o uso dos conectores. (exemplo em anexo). Ampliação do vocabulário. Baralho de Figuras para a construção de textos usando ou não os conectivos.

          Assistimos o filme “Vidas em Português” em que pessoas de países que falam a língua portuguesa, dão depoimentos sobre a língua, formas de pensar e encarar a vida, a cultura. Vê-se que a mesma língua une e separa as pessoas, não uniformidade, diferencia conforme a região , entre outros.

          A proposta de atividade foi: Redigir um texto argumentativo relacionando língua, cultura e práticas sociais – Língua e exclusão. Nosso grupo foi ousado, escreveu uma carta ao presidente Lula... (Se não acredita, leia no anexo.)

          Uma atividade muito interessante foi o passeio pelos contos de fada. Teve filmagem e tudo. Espero que os responsáveis pelas gravações, não esqueçam de repassá-los. Não é sempre que somos “obrigados” atuar.





Anexo

Texto Argumentativo

          Já pensou ficar mais bonita ainda e ganhar uma viagem?

          Avura já!

          Compre um baton Avura e concorra uma viagem para Itália com acompanhante.

           Conheça os novos lançamentos. Veneza, Monza, Monaliza.



Ampliação do Vocabulário

          O rato roeu a roupa do rei de Roma.

          O raquítico rato Renato roeu ruidosa e rapidamente a rara roupa rendada do rotundo rei Raul Ramão Ramirez da Rocha. Rindo, a renomada e rica rainha Rosa da Régia Roma, resolveu remendar o resto da roupa roída. Retrucando, o revoltado rei, retificou rigorosamente o regulamento restringindo a regalia dos ratos.


Ji-Paraná, 13 de agosto de 2009.

Excelentíssimo Presidente

          Como educadores na área da Linguagem e códigos e cientes das políticas educacionais implementadas pelo Ministério da Educação, sentimo-nos honradas pelo privilégio de poder contribuir para essa causa que é a de alcançarmos uma educação de qualidade para todos, como tem primado o nosso Ministro Fernando Hadad.

           As políticas de formação continuada em serviço, proposta prevista nas leis que regem o ensino chegaram a nós e fez com que sentíssemos a necessidade de estar sempre atualizando nossos conhecimentos e dar o melhor de nós por esta causa. Portanto, gostaríamos de abordar um dos aspectos do seu perfil que tem causado muita polêmica nos meios jornalísticos: o uso que Vª. Exª. faz da linguagem.

           A mídia tem publicado com destaque trechos de sua fala que são considerados inadequados à sua posição de representante máximo de uma nação.

           Queremos agora externar nossa opinião: Sabemos que a língua como organismo vivo se modifica através dos tempos e é inconcebível que algo vivo se mantenha imutável, e nós, como mediadores do ensino da língua materna, ensinamos aos nossos alunos que não existe jeito de falar certo ou errado. Existe sim, adequação da linguagem à situação de fala do usuário, Senhor Presidente.

           Então, sugerimos ao Senhor, que é o expoente máximo da nação e exemplo para tantos brasileiros, que reflita se está sendo coerente no uso da língua nos discursos que faz, para quem faz e onde faz, tomando mais cuidado nas construções de suas metáforas, e também, com seu vocabulário.

           Afinal, o presidente Lula ganhou as eleições e popularidade por suas idéias e seus objetivos, e não, como equivocadamente pensam, pelo uso inadequado que faz da linguagem que ao contrário, serve de chacota para os críticos de plantão.

          Gratos pela atenção,

          Respeitosamente,
(Grupo: Valéria, Luíza, Claudemir, Ivone, Ana Raquel)
Ji-Paraná 26-11-2009/27-11-2009



3ª Semana

            Terceiro encontro. Momento de socialização dos trabalhos realizados pelos formadores em seus municípios. O reencontro foi agradável, pois já construímos um vínculo de amizade muito forte e sempre aprendemos com as experiências vividas por cada um. Dividimos tudo que aprendemos, o que fizemos como formadores e voltamos enriquecidos com a troca de experiências. Foram dois dias de muito proveito. Pena que era o final da capacitação e não temos a menor ideia de quando reuniremos outra vez.

           Deixamos a cidade com o coração apertado, pois sentiremos saudade desses momentos. E, para nossa “professorinha” o nosso afetuoso abraço e a certeza que nada acontece por acaso. Foi providencia
Divina esse encontro. Que Deus continue ao seu lado, abençoando e dando graça para que leve o mesmo carinho que dedicou-nos, a outros.


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